Professores ignoram ‘voto de confiança

Controlar os ânimos da categoria de professores tem sido o primeiro embate da governadora Rosalba Ciarlini com os recursos humanos do Estado. Na última sexta-feira, 29, os profissionais responsáveis pelo ensino médio pararam as atividades por tempo indeterminado e os professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) iniciaram a campanha salarial com forte indicativo de greve.
Na segunda-feira, 2, representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do RN (SINTE) se reuniram com a secretária de Educação, professora Betânia Ramalho, mas o diálogo ainda não sinaliza o fim da mobilização. O sindicalista Rômulo Arnoud repassa que na audiência o Estado não apresentou nenhuma novidade e "manteve o mesmo tom de discurso dos encontros anteriores", diz ele, informando que o Sinte que já se reuniu cinco vezes com o Estado e nenhuma contraproposta foi apresentada.
Ontem, o Governo divulgou uma nota, na qual pede aos professores que retornem às salas de aula, como "voto de confiança no novo projeto de Educação". A nota ressalta ainda que a paralisação acontece em um momento inoportuno, uma vez que a administração luta por um reajuste fiscal. Porém, a categoria afirma que irá continuar com a greve, ao mesmo tempo em que mantém o diálogo com o Governo.
O Estado pede um prazo de 120 dias para realizar um estudo que viabilize o Plano Nacional dos Professores, haja vista que essa é uma das reivindicações da categoria através da reformulação da implementação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) do magistério. "Uma das nossas principais bandeiras de luta é também a implementação do Plano para os demais trabalhadores da Educação. Até agora, apenas 30% da categoria foi beneficiada", afirma Arnoud.
Quando o assunto é o reajuste salarial, a professora Bethânia fez fortes críticas ao valor pedido pela categoria. Segundo explicações do Governo, o Ministério da Educação estipula o piso de R$ 1.187,00 para 40 horas e R$ 890,00 para 30 horas, o caso do RN. Assim, "o desafio do governo é passar o vencimento de R$ 664,00 para R$ 890,00, o que representa um aumento real de 34%", disse a secretária, criticando ainda que o valor pedido pela categoria atinge índices de 230%.


Fonte: De Fato

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